terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um Anjo Chamado Talianah

Uma criança - assim eu definiria, mas na verdade, ela é uma pré-adolescente, com 11 anos de idade, que vou chamá-la de Talianah (nome fictício), embora pudesse chamá-la, simplesmente, de anjo. Branquinha de cabelos longos e pretos. Seus olhos, embora pequenos, estavam sempre bem abertos, típicos de uma garota, com inteligência bem acima da média para a sua idade, que foi fruto de sua genética privilegiada, aliada as experiências vividas, mesmo para quem ainda está na tenra idade.

Poderia descrevê-la como linda. Contudo, ela não é linda somente por fora, mas também por dentro, com um coração puro e imaculado, além de falante como poucos adultos.

Desconfiada, a princípio, aos poucos foi soltando a língua, na medida em que foi ganhando confiança. Bombardeada de perguntas, agora era ela que desatava a questionar, como uma metralhadora que quisesse a todo custo atingir o seu alvo-o conhecimento.

Pequena no tamanho, grande na bondade do seu coração, no amor pela sua família e amigos, e na fidelidade aos seus princípios morais.

Não foi difícil ficar fascinado com aquela pequena obra de Deus. Com o avançar das conversas uma afinidade ia, paulatinamente, se estabelecendo, como se já fôssemos amigos de longa data.

Ela falava com desenvoltura ímpar a cerca de escola, música, teatro (e suas habilidades cênicas), esporte preferido, das suas aspirações, inseguranças, apreensões e medos.

Carinhosa, meiga, educada e gentil, era dona de uma teimosia, que demonstrava quão era forte e decidida nas suas opiniões e que não se deixaria ser tão facilmente influenciada, por quem quer que seja. Ela realmente tem uma personalidade marcante e admirável.

A sua sinceridade me surpreendeu por algumas vezes, inclusive me interrompendo no nosso diálogo, sob a afirmação de aquele "papo" estava ficando chato e que era melhor a gente mudar de assunto. Não tinha como não sorrir, diante de tamanha expressão da verdade.

Apesar da minha idade e de ter conhecido tantas pessoas, essa garotinha foi capaz de me encantar e porque não dizer, ela me fez refletir sobre a vida, como também me trouxe novos e valorosos ensinamentos.

Obrigado minha amiga especial por você existir!

(Kilson N.da Silva)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Serei feliz se...

O objetivo de todo ser humano é ser feliz. Acredito que todos nascemos para sermos felizes. E, cada um, ao seu modo, buscam a tal felicidade. Mas o que nos fará feliz? Onde encontrá-la? Quando estaremos plenamente felizes? Como seremos felizes? Quanto custa para sermos felizes?
Essas são algumas perguntas, que num momento ou noutro de nossas vidas, passam pelas nossas mentes.
Daí muita gente se perder no "se".
Serei feliz...Se eu ganhar na mega-sena. Se eu conseguir um emprego melhor. Se eu conseguir um salário melhor. Se eu encontrar o amor da minha vida. Se eu conseguir comprar aquele carro. Se eu fizer uma faculdade. Se eu passar no concurso tal. Se eu emagrecer uns cinco quilos. Se eu conseguir comprar a casa própria.
Se, se, se....São inúmeros os "se" que poderiam nos fazer felizes ou mais felizes.
O que a gente se esquece é que a felicidade não está nas coisas que poderemos, eventualmente, vir a conseguir, ganhar ou conquistar. A felicidade está naquilo que conseguimos, naquilo que temos e naquilo que conquistamos, quer por nossos méritos pessoais, quer por sorte, ou até mesmo por merecimento divino.
É aquela velha história do copo meio cheio ou meio vazio. Uns se alegram porque vêem o copo meio cheio, outros se entristecem porque vêem o copo meio vazio.
Aqueles que vêem o copo vazio estão sempre insatisfeitos e buscando, desesperadamente, enchê-lo, para que possam ser felizes.
Já quem ver o seu copo meio cheio, já está gozando da felicidade e agradecido, pela bênção de ter conseguido ao menos metade de um copo com água (o que não os impede de continuar buscando enchê-lo.
Eu não defendo a falsa felicidade, ou o "jogo do faz de conta" nem mesmo que a gente se contente com o pouco que tem. Mas sou a favor de que possamos dar o valor real àquilo que temos hoje em nossas mãos.
Aqueles que estão sempre insatisfeitos, esperando algo que lhes façam felizes, quando conseguirem alcançar aquele "se" que buscavam, continuarão da mesma forma (sempre infelizes), porque criarão outros "se", para que possam atingir a felicidade.
A verdade é que estamos sempre querendo mais e mais. E não há nada errado em querer mais. O erro que eu vejo é que a gente não tem a cultura de agradecer por aquilo que tem.
Para quem acredita que isso é coisa do nosso tempo, eu digo que isso já foi relatado na Bíblia Sagrada há mais de dois mil anos.
Quando lemos a cura dos dez leprosos por Jesus, podemos perceber que, na hora, todos ficaram felizes pela cura conquistada, mas somente um deles retornou para agradecer (ou seja, somente 10%).
Jesus ainda perguntou: "não eram dez os que foram curados?". Eu me arrisco a dizer que somente esse permaneceu feliz por muito tempo. Os demais, depois de curados, devem ter começaram a se questionar o que seria necessário agora para serem felizes (se eu conseguir isso agora...).
A nossa felicidade é muito importante para ser depositada naquilo que não temos, naquilo que falta ser conquistado. Devemos sim, canalizá-la para aquilo que verdadeiramente nos pertence.
Não é a parte do copo meio vazia que matará a nossa sede, mas com certeza a parte meio cheia se não saciar, pelo menos servirá para aliviá-la e nos causar uma sensação de bem-estar.
(Kilson N. da Silva)


"Faça o que for necessário para ser feliz.
 Mas não se esqueça que a felicidade
é um sentimento simples.
 Você pode encontrá-la e deixá-la ir embora,
por não perceber a sua simplicidade".
 (Mário Quitanda)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Palavras Cruzadas da Vida


Alguém disse um dia, que o ser humano tem uma tendência natural de preencher espaços vazios. Quem disse isso não é o mais importante. O importante é que eu tenho que concordar com ele.

Em casa, basta que eu veja um potinho vazio, que já penso no que ele poderá ser útil para colocar alguma coisa dentro.

Isso não vale só para objetos. Na nossa vida isso também é válido. Vivemos procurando preencher as nossas vidas com algo. Algumas vezes podemos buscar coisas boas, noutras acabamos buscando coisas que não seriam tão bem aceitas pela maioria da sociedade.

Não quero fazer um juízo de valores, até porque em alguns momentos da minha vida, recorri a coisas fúteis, na tentativa de preencher os meus vazios interiores e não me arrisco a dizer que ainda não o faça.

Assim podemos preencher alguns vazios de nossas vidas no trabalho, numa paixão, numa religião, na companhia de amigos, na busca de dinheiro e poder. Mas também podemos buscar em relacionamentos efêmeros, na ingestão de bebidas alcoólica e até mesmo no consumo de drogas lícitas ou não, compras excessivas e compulsivas, num casamento etc

A nossa vida é como uma palavra cruzada em que temos que sair preenchendo quadrinhos em branco, para encontrar as respostas. E, como nas palavras cruzadas existem níveis fáceis, médios, difíceis e dificílimos.

Normalmente, começamos a resolver uma palavra cruzada respondendo as perguntas que julgamos mais fáceis ou que já sabemos as respostas. A partir delas, as outras mais difíceis vão se decodificando ou nos trazendo a luz a resposta correta.

Algumas vezes conseguimos resolver uma página da cruzada com mais facilidade e rapidez, noutras enganchamos em alguma pergunta e aí é que começa a esquentar a cabeça.

O mais importante nessas horas é não desistir. Buscar sempre descobrir a resposta correta e completar aquela página para podermos seguir para outra.

Nem sempre conseguiremos resolver sozinhos, mas podemos recorrer a amigos que possam nos ajudar.Tentar resolver sozinho, pode até dar certo, mas com certeza, com a ajuda de outras pessoas essa tarefa poderá ser facilitada.

Na vida também é bem semelhante. Para chegarmos à algumas respostas, precisamos recorrer a amigos e até mesmo profissionais que podem nos ajudar. Esse profissional pode ser um médico, um psicólogo, um psiquiatra, um padre, um pastor (ou qualquer outro líder religioso).
Negar ser ajudado demonstra orgulho e esse não leva ninguém para frente.

O bacana de tudo isso é perceber, que na vida, assim como nas palavras cruzadas, não existe um nível impossível. As respostas podem, eventualmente, não nos agradar num primeiro instante, mas conseguiremos chegar a elas.

Não importa qual a lacuna que eu ou você estejamos buscando preencher. O importante é que não desistamos nunca e que tenhamos sempre em mente que podemos contar com a ajuda de outras pessoas.

(Kilson N. da Silva)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Relacionamentos - Resposta a Valéria

Valéria, permita-me fazer "um gancho" no seu belo texto: "Pequenas coisinhas...sobre relacionamentos... simplesmente complicados", postado no seu Blog: "Com toda a minha alma" (http://comtodaaminhaalma.blogspot.com/)  em 13 de setembro de 2010. Eu ia fazer somente um comentário, no seu Blog, mas como percebi que ficaria enorme, resolvi por essa opção.




Eu vejo que a maior dificuldade de nós seres humanos é no que diz respeito a relacionamentos (seja ele homem – mulher, ou qualquer outro), tanto que se observarmos, na Bíblia Sagrada, no Novo Testamento, a maior preocupação de Jesus Cristo, não era com a doutrinação, e sim com relação a esse tema: BONS RELACIONAMENTOS.

Vou me ater ao relacionamento homem – mulher, para expor melhor o que eu penso a respeito disso.

Temos que levar em conta alguns fatores, que julgo importantes, nesse tipo de relação. Primeiro: são duas pessoas do sexo oposto, "regidas" por hormônios diferentes; segundo: são duas pessoas que foram criadas por pais diferentes e em lares diferentes (em muitos casos, com parâmetros de criações bem distintas); terceiro: são pessoas que conviveram com pessoas diferentes (pais, irmãos, tios, amigos, etc); quarto: são duas pessoas que tiveram experiências diferentes; quinto: muitas vezes, têm inteligências diferentes, níveis de inteligências e culturais diferentes e por vezes, até graus de instruções diferentes; sexto: podem ser de gerações diferentes, com senso comum diferente...e por aí vai...

De repente, essas duas pessoas se encontram, se apaixonam e resolvem compartilhar uma vida em comum (seja morando juntos ou não). Daí, todos os fatores que citei anteriormente, e muitos outros que não citei, têm que ser conciliados, equacionados e harmonizados. Eu não vejo isso como uma tarefa tão simples.

A partir deste ponto, eu entendo que, para que se tenha um relacionamento duradouro, saudável e prazeroso, há necessidade do casal, buscar algumas negociações, pois não serão mais uma pessoas isolada e se "dois – em - um", ou como se ouve muito nos casamentos, o casal passa a ser "um único corpo".

Como toda boa negociação justa, eu vejo que os dois interessados, devem estar abertos a cederem aqui e/ou acolá, nessa e/ou naquela situação, para o bem comum. E aí, não tem fórmula do bolo.

Eu não vejo com bons olhos a rotulação do tipo: "homem não gosta disso" ou "mulher não gosta daquilo", "homem gosta assim e mulher gosta de outra maneira". Cada caso é um caso e deve ser tratado de forma diferente, como toda e qualquer relação humana.

Eu não creio na frase de que "os opostos se atraem". Isso vale bem para a física, mas não para os relacionamentos (e aqui, arrisco-me a generalizar... todos os relacionamentos).

Procuramos, de uma forma ou de outra, nos relacionarmos com pessoas que gostam das mesmas coisas que a gente, que compartilham de idéias semelhantes, que gostam de freqüentar ambientes parecidos etc. Ou seja, queremos alguém que se pareça conosco.

Como nem todos os fatores citados acima, nem sempre serão comuns aos dois, então entra outra coisa muito importante: o respeito mútuo as diferenças individuais (devemos pesar: eu consigo ou não conviver com essas diferenças?). Há que se respeitar às limitações que cada um tem.

Outra coisa que eu julgo importante é a sinceridade, principalmente, no início do relacionamento. Mascarar traços da sua personalidade, eu não acho uma boa pedida. Isso só trará problemas futuros, porque ninguém consegue viver bem, tendo que fingir ser o que não é. Não tem nada melhor do que podermos ser o que somos e como somos.

Assim, se eu sou ciumento, devo dizer: sou ciumento. Se eu sou pegajoso, devo dizer: sou pegajoso. Se eu gostaria de morar em casas separadas, é isso que eu devo deixar claro, e assim por diante.

Certa vez, eu ouvi um palestrante dizer, que "o maior equívoco do casamento é que muitas mulheres se casam, achando que depois irão conseguir mudar os seus maridos; e os muitos homens se casam, achando que as suas esposas não irão mudar nunca".

domingo, 12 de setembro de 2010

Coração de Tinta

Invariavelmente os filmes têm o poder de mexer comigo. Eu entro dentro deles como se fosse um personagem ocular a presenciar cada ato ali realizado. Fico me perguntando durante a projeção, como eu faria em determinadas ocasiões, se eu fosse esse ou aquele personagem. Eu sinto cada emoção, cada dor, cada lágrima que rola e sorrio, compartilhando com a felicidade deles, revolto-me com as injustiças cometidas e vibro quando a justiça é finalmente feita.

Assistindo o filme "Coração de Tinta", que conta uma estória de um homem que tinha o poder de retirar os personagens do livro que ele lia, mesmo que não desejasse fazer isso.

Alguns personagens deste livro eram malvados e queriam assumir o poder, mudar as suas histórias de vidas (fazer diferente do que estava escrito pelo autor) e não mais voltarem para o livro.

A solução encontrada para que eles não atingissem os seus intentos malvados, foi reescrever algumas páginas daquele livro e mudar o final, inclusive transformando personagens maus em pessoas de bons corações.

Isso me fez lembrar da nossa história de vida, em particular a minha. Eu sei que não podemos simplesmente reescrever as páginas das nossas vidas que foram vividas, nem podemos ficar fantasiando que coisas ruins não nos tenham acontecido. Mas o nosso livro ainda não está concluído. Nada é, ainda, definitivo!

Muitas páginas ainda serão escritas e de certa forma, somos autores de nossas próprias histórias. Se não podemos mudar o que aconteceu no passado, pelo menos temos a certeza de que, a cada nova página escrita, podemos mudar o final do livro da nossa vida.

Nessas novas páginas podemos colocar um pouco mais de humanidade; uma boa dose de compreensão; amar com mais intensidade; perdoar outras pessoas e até a nós mesmos.

O importante é entender que não precisamos continuar contando a mesma história. Não precisamos reescrever toda a história desde o início. Apenas precisamos, sob um novo enfoque de vida, escrever páginas diferentes daquelas que percebemos que não está dando certo.

Há necessidade de entendermos que as outras pessoas também têm essa oportunidade de começar a escrever novas laudas diferentes das que escreveram até hoje e que para que eles possam fazer isso, precisamos lhes dar um voto de confiança.

Todos nós precisamos de uma segunda chance para mudarmos o que não esteja indo bem. Se queremos isso para nós mesmos, porque negarmos essa nova oportunidade aos outros?

Temos mais é que torcer para que essas pessoas mudem e se tornem melhores. Sentimento de vingança não vai ajudar em nada. E olhem, que quem está aqui escrevendo é uma pessoa que precisa mudar muito nesse aspecto, pois sou uma pessoa extremamente rancorosa e vingativa.

De maneira nenhuma eu estou falando de um mundo utópico, onde não haverá tristeza e nem problemas, mas que podemos e devemos lutar para que tanto nós, quanto aqueles nos cercam, tenham uma qualidade de vida melhor.

Não posso fazer absolutamente nada pelo que fiz de errado no meu passado, a não ser pedir que me perdoem. Contudo, com certeza tenho tentado e continuarei tentando escrever páginas diferentes na minha vida, que é rápida e passageira e torcer para que o meu coração ganhe um colorido novo.

Certamente contarei com a tinta da esperança.

domingo, 5 de setembro de 2010

Conversando com Rob

Depois que postei a história do Rob no meu blog, ele veio conversar comigo, na tarde de hoje.

Eu lhe expliquei que não quis ofendê-lo, mas gostaria muito que ele "abrisse os olhos".

Ele começou se justificando da seguinte forma:

- Na verdade, eu concordo com você, quando diz que as pessoas me acham bobo e até se aproveitam de mim. Contudo, prefiro passar por imbecil e acreditar na pureza do ser humano. Prefiro acreditar que ainda existem pessoas boas no mundo. Prefiro correr o risco de ser enganado, ludibriado e até injustiçado, a ter que ficar duvidando de tudo e de todos.

Eu não creio que todas as pessoas sejam más, aproveitadoras, infiéis e injustas. Acredito sim, que em alguns momentos de fraquezas as pessoas tendam a agir de maneira que talvez eu ou você venhamos a condená-las. Mas isso não significa que o mundo esteja perdido.

Todos têm o direito de errar uma vez na vida, mas que da mesma forma, todos têm o direito de se redimir. Todos devem ter uma segunda chance. Algumas pessoas precisam até mesmo de mais de uma segunda chance para acertar.

Eu também já errei bastante nesta vida e pude contar com outras almas bondosas, que souberam me perdoar e me ajudaram a reescrever uma nova história, com um final diferente . Caso não fossem esses bons corações, o que seria de mim?

Se não deu certo meu casamento, sei que posso amar outra pessoa e sei que posso ser amado novamente, porque confio que Deus quer sempre o melhor para as nossas vidas. Também não creio que o meu casamento tenha sido assim tão ruim, como todos dizem. Ele deu certo por um determinado tempo e quando não deu mais certo, acabou.

Se hoje as minhas filhas não conseguem entender o pai que eu sou para elas, o nosso Deus misericordioso, com certeza, um dia, na hora certa, mostrará isso a elas. Quando isso acontecer, eu estarei de braços abertos, pronto para recebê-las, tal como o pai da história bíblica do filho pródigo.

Quanto às pessoas que você disse que se aproveitam de mim, eu acredito na lei do retorno ou lei da semeadura, como você quiser entender, onde tudo tem um retorno ou o que plantamos hoje, colheremos no futuro. Não posso julgar todas por uma.

A despeito dessas pobres almas, eu sei que tenho amigos verdadeiros, que têm me dado muito mais do que eu tenho lhes proporcionado. Deus tem me dado muito mais do que eu mereço. Isso é mais uma prova de que Deus não está dormindo e sim de olhos e ouvidos bem abertos, observando e velando por todos os seus filhos.

O que seria da luz, se não existisse a treva? O que seria do bem, se não existisse o mal? O que seria da verdade se, não existisse mentira? O que seria da fidelidade e da lealdade, se não existisse a infidelidade e a deslealdade? O que seria da justiça, se não fosse a injustiça?

Deus, na sua infinita sabedoria, nos dotou do livre arbítrio, para que possamos escolher entre um e outro. Ele permite que as coisas ruins aconteçam, por ser educado e respeitar as nossas escolhas, sejam elas corretas ou erradas. Assim, ele poderá escolher os seus com toda justiça.

E lhe digo, meu amigo...eu lhe perdôo por tudo que você disse a meu respeito, pois sei do carinho que você nutre por mim e que tudo que você quer é o meu bem, assim como eu quero o seu.

E é, justamente, em nome desse carinho e da nossa sincera e verdadeira amizade, que eu lhe suplico: não se deixe influenciar pelo mal, nem dê créditos à maldade de alguns. Lembre-se de que "O Mal Por Si Só Se Destrói!". Continue sendo a pessoa que você é, mesmo correndo o risco de que outras pessoas escrevam a seu respeito, coisas desagradáveis e pejorativas, assim como você escreveu sobre mim. Mesmo que você corra o risco de ser chamado de tolo ou de paspalhão.

Eu o ouvi o tempo todo calado e quando ele concluiu, eu não tive outra opção a não ser dizer-lhe: perdoe-me meu amigo, Rob! Se ontem eu lhe disse para você acordar, hoje eu vejo que é você que está me acordando e me fazendo perceber que o ser humano ainda tem muita coisa linda a nos oferecer.

E assim nos despedimos, depois de um forte e fraternal abraço!

sábado, 4 de setembro de 2010

Rob, no século 21

Rob era um cara engraçado. Engraçado é somente um eufemismo, para não dizer que ele era, na verdade, um grande bobalhão. Por mais que ele tentasse ser engraçado, era um verdadeiro bobo da corte.

Ele era do tipo de cara, tão idiota, que acreditava que um homem e uma mulher poderiam ser amigos. Ele acreditava tanto nessa baboseira, que até tinha algumas amigas, que ele nunca tentava levá-las pra cama. Ele nem sequer pensava em fazer isso. Tem coisa mais idiota que isso?

Quando ia ver filmes, Rob, invariavelmente, acabava chorando. Ele conseguia chora até com desenhos animados. Que mulher iria se interessar por um homem assim? Que mulher gosta de um paspalho que chora vendo filmes? Todo mundo sabe que mulheres gostam de homens fortes. E convenhamos que um tipo "bebê chorão" não é o estereótipo de homem forte.

Nos relacionamentos, ele acreditava que deveria existir fidelidade e lealdade. No mínimo lealdade. Mas quem no nosso século consegue isso? Só um idiota como esse para acreditar que isso é possível.

Quando teve suas filhas, pra variar e só pra variar, ele chorou de felicidade ao saber que sua esposa estava grávida e depois de emoção no nascimento delas. Rob fazia de tudo para estar com sua família e com suas filhas. Coisas bobas, como levar e buscar na escola; levar para passear nos fins de semanas; ir a shopping center; ler história pra elas dormirem; ficar cantando, quando elas estavam se ardendo em febre, para que se sentissem melhores; brincar na grama da sua casa ou até mesmo ensiná-las a dirigir.

Mas com o tempo todos se encheram das idiotices desse homem e veio o divórcio. Claro que foi melhor para todo mundo. A esposa acabou se vendo livre de um idiota e as filhas ganharam novos outros pais mais interessantes e menos imbecis.

O paspalhão, mesmo depois de sozinho, ainda tentava ficar perto das filhas, lhes dar carinho, vê-las com freqüência. Mas que filhos de pais separados gostam disso? Ainda mais se tratando de Rob. Quanta ingenuidade!

Com os amigos não acontecia diferente. Ele gostava de ser do tipo“gente boa”, mas como diz um velho ditado: "todo bonzinho morre coitadinho!" ;e um outro: "chapéu de otário é marreta!". Então, as pessoas só levavam o tempo em enganá-lo e se aproveitarem dele. Ainda ficavam rindo e se perguntando: "como alguém pode ser tão bobo, assim?"

Rob, meu velho, acorda! Você está em pleno século 21!