Valéria, permita-me fazer "um gancho" no seu belo texto: "Pequenas coisinhas...sobre relacionamentos... simplesmente complicados", postado no seu Blog: "Com toda a minha alma" (http://comtodaaminhaalma.blogspot.com/) em 13 de setembro de 2010. Eu ia fazer somente um comentário, no seu Blog, mas como percebi que ficaria enorme, resolvi por essa opção.
Eu vejo que a maior dificuldade de nós seres humanos é no que diz respeito a relacionamentos (seja ele homem – mulher, ou qualquer outro), tanto que se observarmos, na Bíblia Sagrada, no Novo Testamento, a maior preocupação de Jesus Cristo, não era com a doutrinação, e sim com relação a esse tema: BONS RELACIONAMENTOS.
Vou me ater ao relacionamento homem – mulher, para expor melhor o que eu penso a respeito disso.
Temos que levar em conta alguns fatores, que julgo importantes, nesse tipo de relação. Primeiro: são duas pessoas do sexo oposto, "regidas" por hormônios diferentes; segundo: são duas pessoas que foram criadas por pais diferentes e em lares diferentes (em muitos casos, com parâmetros de criações bem distintas); terceiro: são pessoas que conviveram com pessoas diferentes (pais, irmãos, tios, amigos, etc); quarto: são duas pessoas que tiveram experiências diferentes; quinto: muitas vezes, têm inteligências diferentes, níveis de inteligências e culturais diferentes e por vezes, até graus de instruções diferentes; sexto: podem ser de gerações diferentes, com senso comum diferente...e por aí vai...
De repente, essas duas pessoas se encontram, se apaixonam e resolvem compartilhar uma vida em comum (seja morando juntos ou não). Daí, todos os fatores que citei anteriormente, e muitos outros que não citei, têm que ser conciliados, equacionados e harmonizados. Eu não vejo isso como uma tarefa tão simples.
A partir deste ponto, eu entendo que, para que se tenha um relacionamento duradouro, saudável e prazeroso, há necessidade do casal, buscar algumas negociações, pois não serão mais uma pessoas isolada e se "dois – em - um", ou como se ouve muito nos casamentos, o casal passa a ser "um único corpo".
Como toda boa negociação justa, eu vejo que os dois interessados, devem estar abertos a cederem aqui e/ou acolá, nessa e/ou naquela situação, para o bem comum. E aí, não tem fórmula do bolo.
Eu não vejo com bons olhos a rotulação do tipo: "homem não gosta disso" ou "mulher não gosta daquilo", "homem gosta assim e mulher gosta de outra maneira". Cada caso é um caso e deve ser tratado de forma diferente, como toda e qualquer relação humana.
Eu não creio na frase de que "os opostos se atraem". Isso vale bem para a física, mas não para os relacionamentos (e aqui, arrisco-me a generalizar... todos os relacionamentos).
Procuramos, de uma forma ou de outra, nos relacionarmos com pessoas que gostam das mesmas coisas que a gente, que compartilham de idéias semelhantes, que gostam de freqüentar ambientes parecidos etc. Ou seja, queremos alguém que se pareça conosco.
Como nem todos os fatores citados acima, nem sempre serão comuns aos dois, então entra outra coisa muito importante: o respeito mútuo as diferenças individuais (devemos pesar: eu consigo ou não conviver com essas diferenças?). Há que se respeitar às limitações que cada um tem.
Outra coisa que eu julgo importante é a sinceridade, principalmente, no início do relacionamento. Mascarar traços da sua personalidade, eu não acho uma boa pedida. Isso só trará problemas futuros, porque ninguém consegue viver bem, tendo que fingir ser o que não é. Não tem nada melhor do que podermos ser o que somos e como somos.
Assim, se eu sou ciumento, devo dizer: sou ciumento. Se eu sou pegajoso, devo dizer: sou pegajoso. Se eu gostaria de morar em casas separadas, é isso que eu devo deixar claro, e assim por diante.
Certa vez, eu ouvi um palestrante dizer, que "o maior equívoco do casamento é que muitas mulheres se casam, achando que depois irão conseguir mudar os seus maridos; e os muitos homens se casam, achando que as suas esposas não irão mudar nunca".