quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!

Não é um privilégio seu, nem meu. Com a aproximação do fim do ano, muitas pessoas tendem a ter, em algum nível, a chamada "Depressão de Fim de Ano".

Por que isso acontece? Com o fim de qualquer período é natural que façamos um balanço de tudo que nos aconteceu. Nessa auto-avaliação, às vezes, chegamos à conclusão de que estamos solitários; que perdemos alguém querido; quando estamos acompanhados, achamos que poderia ter sido melhor ou até que estamos insatisfeitos com esse relacionamento; no campo profissional, podemos chegar verificar que não atingimos os objetivos traçados no início do ano ou que poderíamos ter produzido muito mais e melhor.

Tudo isso é inevitável. Contudo não há motivo para desespero. Transforme "o seu limão numa limonada"! Procure transformar esses aparentes insucessos, numa mola propulsora que o lance para frente e não numa âncora que lhe prende ao passado.

O fim do ano não é o fim de tudo. É apenas um "pit stop" para que possamos refletir sobre tudo que nos aconteceu num determinado espaço de tempo. A vida continua e muitas coisas ainda estão por acontecer em nossas histórias.

Vamos traçar novos objetivos e metas desafiadores, pertinentes e atingíveis . Erga a cabeça e olhe para frente! O que aconteceu no ano passado, a gente não pode fazer mais nada. O ano anterior servirá apenas como parâmetro para o futuro. Servirá como lições aprendidas.

A mídia, nos apresenta uma pseudo-felicidade coletiva que nos faz sentir como um peixe fora d’água. A sensação é que todo mundo está feliz, menos a gente. Isso nunca foi e nunca será uma verdade, até porque a felicidade, não é algo estática. Estamos sempre buscando coisas novas que nos faça felizes. É plenamente normal essa sensação de vazio que nos acomete.

Repito: essa sensação não é um privilégio seu, nem meu!

O mais importante é que a gente, nesse momento, não se isole do mundo e das pessoas. Atitudes do tipo: desligar o celular ou não atendê-lo; desligar o computador; ou se isolar em casa, em nada irá adiantar. Pelo contrário, procure se confraternizar com pessoas queridas. Procure ver o quanto você é tão normal quantos as demais pessoas!

No mais, desejo a todos os meus amigos, um feliz ano novo e que as novas metas e os novos objetivos hoje traçados, possam ser atingidos em 2011.
(Kilson N. da Silva)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mãe Guerreira

Madre querida, tu estás envelhecendo e eu continuo aqui preso na minha intolerância, acorrentado na minha enorme ignorância.

O tempo está te roubando as lembranças e em breve não te lembrarás de mim. Ainda bem! Assim não te lembrarás das vezes, que insolente, não te obedeci; não te lembrarás das vezes que te fiz chorar; nem tão pouco te lembrarás das vezes que te fiz ficar acordada, seja cuidando desse teu filho ou mesmo, quando me esperavas chegar tarde da noite.

Lembra-te porém, enquanto te és permitido do quanto te amo e do quanto tu és importante para a minha vida passada, presente e futura. Lembra-te de quando menino, eu gostava de acariciar teus negros e longos cabelos; lembra-te das gargalhadas que dávamos cada vez que eu aprontava alguma peripécia contigo.

Com certeza, eu nunca me esquecerei de ti. Nunca me esquecerei de quando eu chegava cansado da escola e caia na cama, e tu, com esse jeito doce e carinhoso materno, trocavas a minha roupa e me alimentava como se eu fosse um bebê. Nunca me esquecerei de quando estou triste e tu se chega como quem não quer nada e sem dizer uma só palavra consegue me transmitir uma paz indescritível.

Não querida, isso não é uma despedida, até porque eu sei o quanto tu és uma guerreira forte. Sei que ainda estarás conosco por muito tempo. Isso é apenas um lamento por não poder estar contigo, neste momento, curtindo cada momento ao teu ladinho, pedindo o teu colo.

Madre querida, tu não pegas "medida rasa" porque não tem medida que te caibas. Tu és enorme, gigante como a tua fortaleza, que nos transmitiu em todos os momentos.

Eu só queria deixar aqui o meu muito obrigado, por tudo que tu representas para mim.

Beijos afetuosos. Feliz 2011! Muita saúde e paz!

(Kilson N. da Silva)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal

Poderíamos dizer que o natal simboliza o nascimento do menino Jesus.

Outros poderiam dizer que não; que foi apenas uma festa pagã em homenagem ao deus sol, que foi adaptada pelos primeiros cristãos, a fim de angariar aquela parcela da sociedade para juntar-se ao cristianismo.

Mas nada disso importa!

O que importa é que nesta data, em todo o mundo, as pessoas se reúnem em família para celebrar o amor.

Nessa oportunidade as pessoas costumam trocar presentes entre si, mas o maior de todos é poder compartilhar com os que amamos um pouco de afeto, carinho, amor e atenção. Essa é a maior de todas as dádivas.

Faz parte dessa festa a troca de calor humano, certos de que onde está presente o amor, estará também o Espírito do Pai Altíssimo, do Criado, do Todo-Poderoso, independente de que crença façamos parte ou que até nem tenhamos uma religião definida.

Esta reunião familiar, muito mais que um compromisso de rotina é uma oportunidade que nos é dada, para nos confraternizarmos, em torno de um objetivo comum: A celebração do amor fraternal.

O natal não se faz somente com comidas, bebidas e presentes, mas sobretudo, com a participação efetiva de cada um, com os sorrisos que, por simpatia, vão contagiando o amigo que está ao lado, cada familiar, cada irmão, com a energia trocada em cada abraço.

Invariavelmente, nós costumamos renovar os nossos sonhos, tal como uma criança que vai dormir esperando acordar e ver o seu presentinho do Papai Noel.

Difícil não ficar contemplativo. O ano que se passou, com erros e acertos, vai se descortinando. Uma fita da nossa vida passa em nossas cabeças.

Espero, do fundo do coração que o maior e melhor presente que foi partilhado neste natal tenha sido o amor ao próximo, pois Jesus Cristo é amor.

(Kilson N. da Silva)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Pau que Nasce Torto, até a Cinza é Torta?

Eu procuro acreditar que o ser humano é capaz de melhor. Ninguém precisa ser ruim a vida toda. Mas será que isso é mesmo verdade?

A operação conjunta entre as policias militares, policias civis, policia federal e Exército, no Complexo do Alemão recebeu total apoio de população da cidade do Rio de Janeiro e de todos os brasileiros. Viu-se a população inclusive aplaudindo a chegadas das tropas. Policiais davam testemunhos do orgulho que sentiam por estar participando de uma missão tão bem sucedida e com o reconhecimento de todos. Estavam finalmente recebendo o devido reconhecimento pelo seu trabalho.

Contudo, hoje, lendo uma reportagem que falava sobre as apreensões no Complexo do Alemão, qual não foi a minha surpresa ver que todo o efetivo das Polícias Militares e Civis juntas (1600 homens), não apreendeu nenhum valor em dinheiro. A Polícia Federal com um efetivo de 300 homens apreendeu 39.850 reais e o Exército, com 800 homens, apreendeu cerca de 106 mil reais. Desse montante apreendido pelo Exército, apenas 75,1 mil reais foram registrados na Delegacia (e os outros 31 mil, onde foram parar?).

Pesa ainda sobre os policiais a suspeita de terem desviado drogas e armamento apreendidos e facilitação de fuga dos traficantes que ali estavam. Ontem foi "descoberto" um túnel que possivelmente os traficantes tenham se evadido. Será que a polícia só teve conhecimento daquele local ontem? Será que eles já não sabiam e deixaram de verificar, simplesmente para dar cobertura à fuga? São apenas especulações minhas e talvez da maioria da população brasileira.

O medo que eu tenho é que essa operação não seja mais um "fogo de palha", assim como foi a Operação Eco 92, em que a Polícia Militar e o Exército ocuparam e fizeram uma limpa nos principais morros do Rio de Janeiro e em pouco tempo o tráfico tomou conta novamente. Naquela oportunidade, a população das comunidades também aplaudiu a operação realizada, mas em pouco tempo já estava expulsando os militares ali presentes.

Será que a população não vai acabar sentindo falta dos traficantes em suas comunidades? Sim, porque de uma forma ou de outra, os traficantes acabam fazendo o papel que caberia ao estado de cuidar da saúde, educação, emprego e segurança. Segurança? Sim, pois quem é que protege a comunidade de outras facções criminosas?

Eu prefiro e preciso acreditar que um dia ainda vamos ver a paz reinando nas comunidades carentes do Rio de Janeiro, promovida pelos nossos órgãos de segurança pública.

Ou será que pau que nasce torto, até a cinza é torta?

Referência: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/838860-seguranca-do-rio-apura-desvio-de-armas-e-drogas.shtml

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Eu carrego você comigo.. (Poema de E.E. Cummings)

Carrego seu coração comigo

Eu carrego no meu coração
Nunca estou sem ele

Onde quer que vá, você vai comigo
E o que quer que faça
Eu faço por você

Não temo meu destino
Você é meu destino meu doce
Eu não quero o mundo por mais belo que seja

Você é meu mundo, minha verdade.
Eis o grande segredo que ninguém sabe.


Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto e o céu do céu
De uma árvore chamada VIDA
Que cresce mais que a alma pode esperar ou a mente pode esconder
E esse é o pródigo que mantém as estrelas á distância


Eu carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração.


* Extraído do Poema de E.E. Cummings *
crédito ao autor original (" HISTÓRIAS REAIS DE MINHA VIDA ")
Cida Janes

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Como Você Ver o Atrito?

É muito comum a gente dizer que está fugindo de atritos. "não quero sofrer, nem fazer ninguém sofrer."; "Não quero me magoar, nem quero magoar ninguém.". Estas são apenas algumas das muitas frases que costumamos proferir no dia-a-dia.

"Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; mudamos nos encontros". É uma frase simples, mas completa. E para haver encontro, tem que haver atrito. Não há como ter encontro sem atritos. É, justamente, nos relacionamentos que nos transformamos.

Atrito aqui não são apenas coisas ruins, mas toda e qualquer forma de contato com o nosso próximo, seja ele um conhecido ou um completo estranho. Aprendemos que no atrito há troca de energia e até liberação de calor.

Mas para que essa transformação ocorra é necessário que estejamos com o coração aberto e com a mente livre para que possamos ser contagiados com as idéias e sentimentos dos outros. Conseguir se colocar no lugar do outro e entender o porquê dele agir dessa ou daquela forma, que muitas vezes julgamos diferente, também ajuda muito.

Assim como há diferenças entre as pedras da nascente e da foz de um rio, nos também temos diferenças na medida em que somos mais ou menos atritados.

Na nascente as pedras são mais toscas, cheias de arestas e pontiagudas, mas à medida que vão rolando rio abaixo e atritando umas com as outras e com as águas do rio, elas vão ficando mais polidas, as arestas vão sumindo paulatinamente e as suas pontas, ainda que existam, não machucam mais como outrora.

Quando somos ofendidos ou mesmo quando ofendemos alguém, acontece o mesmo processo de lapidação. Quando damos carinho, amor e atenção, não só damos, mas também recebemos. Essa é a lei da ação e reação. Num atrito não há como apenas uma parte ser desgastada. O impacto vai servir para as duas partes atritadas.

Tente passar uma lixa na parede. O que acontece? Só a parede se desgasta? Só a lixa se desgasta? Não! Ambas sofrem transformações e ficam menos ásperas.

Qual o tamanho de um diamante bruto? Grande, né? E qual o valor dele? Bem menor que depois de lapidado e polido. Depois de ser atritado, ele se torna menor, mas com um valor bem maior.

Daí tiramos outra lição! Mesmo que a gente se sinta menor, depois de polido, o nosso valor será muito maior. Muitas vezes temos que ser, inclusive, pequenos para que sejamos grandes.

O grande Mestre das emoções, Jesus Cristo, num dos seus sermões (que foram poucos), nos aconselha para que sejamos como as criancinhas, ou seja, que procuremos sempre ser pequenos.

Isso não tem nada a ver com se humilhar, em se depreciar, em ter baixa auto-estima, mas ser pequeno para ser grande.

Noutra passagem Ele diz para que não procuremos os primeiros acentos, para que não nos mande para traz, mas que possamos procurar os últimos acentos e o mestre da cerimônia nos exalte e nos chame para frente.

Não existe sentimento bom ou ruim sem a existência do outro. Seria fácil se a gente se isolasse numa ilha deserta e não tivesse contato com ninguém, mas nesse caso, não haveria crescimento mental, moral, nem espiritual. É esse contato que nos faz seres humanos. E precisamos a cada dia nos humanizarmos cada vez mais.

Humanizar não significa que sejamos "bonzinhos". É lógico que ainda vamos nos irritar e irritar os outros; vamos agredir e seremos agredidos; vamos esbravejar muito e vamos receber algumas ofensas.

Humanizar significa que tiraremos proveito de tudo isso. Vamos tirar aprendizado. Vamos crescer e nos tornarmos cada vez menores perante o outro. Vamos buscar sempre servir, antes de sermos servidos.

Como diz na famosa oração de São Francisco: "é dando que se recebe..."

Como teria sido possível a Maiêutica Socrática, se não fosse o atrito que ele conduzia com os seus discípulos, por meio da reflexão, levando-os a descoberta do próprio conhecimento? Ou como teríamos aprendido com o discurso do Apóstolo Paulo no Sinédrio, na sua defesa? Ou ainda, como poderíamos ter aprendido com as diversas vezes que Jesus foi questionado e até ofendido pelos letrados e poderosos da época?

Por isso, meus amigos, não vamos temer os atritos que a vida nos proporciona. Vamos buscar cada vez mais contato com outras pessoas. É nesse contato diário, que acontecem as trocas de experiências (sejam elas boas ou más).

E por falar em atrito...Tem atrito melhor que um abraço fraterno? Quanta troca há num simples e caloroso abraço?

Nós vamos continuar brigando e discutindo, mas vamos aproveitar pra abraçar e beijar muito, todos os nossos semelhantes.

(Kilson N. da Silva)

sábado, 13 de novembro de 2010

Selo Prêmio Dardos

Eu só queria dizer que hoje acordei e tive uma feliz, agradável e maravilhosa surpresa.

Ao ver o comentário da nossa amiga Ingrig do Blog "EU SÓ QUERIA DIZER..." (http://eusoqueriadizer.wordpress.com/), me avisando que tinha um presente para mim no seu Blog. E como bom curioso, que sou, fui verificar, de imediato, do que se tratava.

Era "simplesmente" um Selo do Prêmio Dardos.

Nossa!!! Eu parei sem acreditar! Estava ganhando o meu primeiro selinho. Será que aquilo era mesmo verdade?

Sim! Era a mais pura verdade! QUE FELICIDADE!!!! Vejam só que selo lindo:


A Ingrid ainda explicou do que se tratava este selo: "Trata-se do Prêmio Dardos. É o reconhecimento aos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras."

Esses selos foram criados a fim de promover a confraternização entre os diversos blogueiros, além de ser uma forma demonstração o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

O Prêmio Dardos tem as seguintes regras:

- Exibir a imagem do Selo no blog;

- Revelar o link do blog que me atribuiu o Prêmio;

- Escolher blogueiros para premiar; e

- Avisar os escolhidos.

Eu que sou novo no meio blogueiro, sempre ficava olhando aqueles selos em outros blogs e imaginando se um dia eu também receberia algum, já que o meu Blog é muito simples e modesto, além de ter poucos, mas fiéis e leais seguidores e leitores (que tenho um enorme respeito e carinho).

Uma coisa importante entre os blogueiros é essa possibilidade de podermos fazer amizades com pessoas incríveis que gostam de pensar e de expressar, cada um ao seu modo, como sentem e pensam.

Querida Ingrid, receba o meu forte abraço, como forma de agradecimento por essa demonstração de carinho, com este presente tão valioso para mim, afinal, o primeiro selo a gente nunca esquece.

Agora vou divulgar os meus escolhidos e que tenho uma enorme admiração:

- Marcus Vinícius do Bog "Contra a Correnteza";

- Patrícia G. Bittencourt do Blog "BOCA RARA";

- Luciana Lopez do Blog "† Sagrada ♥ Profana Ψ";

- Labelle do Blog "Mulher de 30 Anos [e mais alguns]"

- Sérgio Filho do Blog "Peregrinação Metamorfósica";

- Beth Blue do Blog "Noites em Claro";

- Line do Blog "Meias Palavras";

- Débora, Parícia e Isabela do Blog "3xtrinta – Solteira, casada e divorciada"; e

- Lilly do Blog "Realizando Sonhos"

(Kilson N. Silva)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Calem a boca, Nordestinos!

As eleições de 2010 trouxeram à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura. E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros à força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país. Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de "cachorras". Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para "um dia de princesa" (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte!"

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

(Por José Barbosa Junior)

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Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "Revista
Biografia" do poeta Brasileiro Daufen Bach. Esta revista busca divulgar autores, poetas, escritores e artistas em geral, todos contemporâneos, de diversas nacionalidades

domingo, 7 de novembro de 2010

Coração e Alma

Se a minha alma chora?
 Não! A minha alma é forte!
 A minha alma é guerreira!
 Mas a minha alma sangra.
 Ela clama por justiça.
 Ela implora por liberdade.



Se a minha alma chora?
 Sim! A dor é forte!
 Mas ela chora de felicidade,
Porque sabe o quão é resistente.
Ela clama por paz,
Mas nunca desiste da guerra.



Se a minha alma chora?
Ela tenta esconder as lágrimas,
 Que teimam em rolar num
Enxarcado coração ferido.
Mas cada gota é como um colírio
 Que limpa a visão do amor.
 A luta continua.



Muitas almas choram...
A minha também pranteia,
Mas ela se enche de júbilo,
Por saber que você existe.
E se regogiza,
No bálsamo do seu sublime amor.

(Kilson N. da Silva)

sábado, 6 de novembro de 2010

O Valor de um Abraço

 
Vendo uma reportagem no Globo Repórter de hoje me despertei para o valor de um abraço.
Essa reportagem da Globo me fez lembrar de uma outra que vi há muito tempo que falava que os americanos estavam pagando pra irem em uma espécie de consultório, em que as pessoas pagavam um determinado valor, para simplesmente, se abraçarem, sem nenhuma conotação sexual ou de "pegação".
Eu vejo isso como uma carência do nosso século. As pessoas, de um modo geral estão tendo dificuldades de trocar afetos e até um simples abraço, sem "terceiras" intenções.
Outro dia, uma amiga se queixou de que se vai para uma festa e se aceitar dançar com um rapaz, ele já tenta lhe beijar, como se isso fizesse parte de um ritual – dançou, tem que beijar.
Existem tantas formas de se abraçar uma pessoa. A gente pode abraçar um amigo ou uma amiga; pais e filhos podem se abraçar; namorados e até maridos e mulheres podem trocar abraços, simplesmente para trocarem calor, energia e um pouco de sentimento.E o que dizer daquele abraço recebido de nossos avós?
E como um abraço pode nos fazer bem, inclusive para a saúde fica e mental. Será que as pessoas não percebem isso?

Na reportagem de hoje, no Globo Repórter, me surpreendi com uma mulher que criou uma máquina do abraço. Nesta engenhoca, a mulher puxava duas cordinhas, que faziam com que duas tábuas, acolchoadas se  fechassem, simbolizando um abraço e ali ela ficava por cerca de 20 minutos. Será que não seria mais fácil ela procurar outras pessoas para trocar abraços calorosos?
Eu sou suspeito para falar de abraço, já que adoro abraçar as minhas amigas e os meus amigos, além de dizer o quanto gosto deles e o quanto eles são importantes para a minha vida. As vezes abraço até uma senhora desconhecida que talvez eu nunca mais vá ter outro contato com ela, pois sei que isso vai fazer muito bem a ela e muito mais bem para mim mesmo.
Tudo bem...podem me chamar de pegajoso! Eu não me importo!
Destaco aqui o abraço da minha filha caçula, Renata, que costumo dizer que é o abraço mais gostoso do mundo. Ela dá um abraço forte (tipo quebra costelas), que nos passa uma felicidade indescritível.
Tem coisa mais gostosa que um abraço? No abraço os corpos se fundem num só, como se fôssemos uma única pessoas.
O abraço pode ser simplesmente silencioso, ode por se só transmite-nos uma mensagem singular e inesquecível.
Mesmo quando o abraço é tido como um "abraço de tamanduá" (aquele abraço falso), ainda assim eu considero extremamente válido, pois pode ser transformado, aos poucos, num abraço verdadeiri, cheio de afeto, sinceridade e amor.
Mesmo no meu ambiente de trabalho, em que ainda existem alguns tabus, pois a maioria é de homens, eu não me furto em abraçar os meus subordinados ou até mesmo superiores (quando me permitem), para expressar a minha solidariedade, em momentos em que sinto que eles estão passando por um momento difícil. E não me arrependo de agir assim. Em nada isso tem afetado a minha sexualidade (hetero), que é bem resolvida.
Existem diversas oportunidades em que podemos dar um  abraço: nos momentos felizes; nos momentos tristes e entre lágrimas; em momentos de extremo amor e até mesmo quando não tem nenhum motivo aparente. 
Lembro-me de uma passagem em que estávamos passando por um "chek point" de guerrilheiros da UNITA, em território angolano, em 1995 (quando estávamos em missão de paz), em que houve certo atrito entre soldados guerrilheiros e soldados que estavam sobre o meu comando. Naquele fatídico momento a situação ficou tensa e quase o soldado angola disparou um fuzil, na direção de um dos militares. Ao perceber a situação, eu fui até aquele militar exaltado e lhe dei um abraço, dizendo-lhe que na realidade nós éramos todos irmãos e que não havia motivos para desagravo.
De imediato, ele abriu um largo sorriso e retribuiu o meu abraço e saímos conversando, deixando sem sentido toda aquela animosidade desnecessária. Foi um alívio geral para toda a nossa tropa ali presente.
Por todos esses motivos, eu convido e porque não dizer, intimo, a todos a se predisporem a abraçar pelo menos uma pessoa todos os dias e tentar melhorar a saúde física, emocional, mental e psicológica de todos nós que estaremos engajados nesse processo.
Se possível, relate alguma experiência sua, em que um simples e singelo abraço foi fundamental para resolver ou pelo menos aliviar uma situação tensa e a demonstração de amor ao próximo, partindo de você ou de outra pessoa.


(Kilson N. Silva)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Invictus

Fora da noite que me cobre,
Negra como um poço de lado a lado,

Agradeço aos deuses que existem

Pela minha alma invencível.

Na garra cruel da circunstância

Eu não me encolhi nem derramei meu pranto.

Sob os golpes do acaso

Minha cabeça está sangrenta, mas não se curva.

Além deste lugar de ira e lágrimas
Assoma o Horror da sombra,

E contudo a ameaça dos anos

Encontra, e deve encontrar, destemido.

Não importa quão estreito o portão,

Quão cheio de castigos o pergaminho.

Eu sou o dono do meu destino:
Eu sou o capitão de minha alma.

(William Ernest Henley)

Foto:  http://www.atelierivomendes.com/

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Meme dos 4

Fui indicado  pela querida amiga, Maria Valéria (Blog "Com Toda a Minha Alma"), para participar dessa brincadeira. Cada tópico devo citar 04 (Quatro) coisas:



TRABALHOS QUE TIVE EM MINHA VIDA (todos como militar do Exército Brasileiro)


1- Comandante do Pelotão de Operações Especiais (PELOPES), como aspirante, em Petrolina-PE;

2- Comandante de Pelotão em Operação de Manutenção da Paz em Angola- UNAVEM III;

3- Coordenador Pedagógico na Academia Militar da Agulhas Negras (AMAN), Resende-RJ;

4 – Gestor Ambiental e Gestor de Gerenciamento de Processos, em Petrolina-PE.



LUGARES EM QUE VIVI


1. Fortaleza–CE (Cidade natal);

2. Resende-RJ;

3. Bonfim-RR (Fronteira com a Guiana);

4. Santa Maria-RS.



PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTIA QUANDO CRIANÇA


1. Vila Sésamo;

2. Capitão Caverna;

3. A Corrida Maluca;

4. As aventuras de Rim Tim-Tim.



PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTO


Abri mão de assistir TV desde 2006. Só vejo eventualmente algum programa, mas nada constante. Só vejo filmes (DVD).




QUATRO LUGARES EM QUE ESTIVE E VOLTARIA


1. Paulo Afonso-BA;

2. Bonfim-RR;

3. Angola (ainda quero voltar lá);

4. Florianópolis-PR.



FORMAS DIFERENTES QUE ME CHAMAM


1. Papy (Minhas filhas);

2. Nascimento (Como me chamam no trabalho);

3. Cabeção (algumas pessoas mais íntimas);

4. Cabeça Dura/Teimoso (Meu Pai, em especial e alguns amigos-INJUSTIÇA).



QUATRO COMIDAS FAVORITAS


1. Feijoada;

2. Pavê;

3. Filé de Surubim à parmegiana de Paulo Afonso (Peixes em geral);

4. Tudo com feito com abacate.



QUATRO LUGARES EM QUE DESEJARIA ESTAR AGORA


1. Ao lado das minhas filhas (Em qualquer lugar deste mundo);

2. Ao lado da mulher amada, deitadinho, só curtindo a sua companhia;

3. Dentro do Coliseu (dizem que em outras reencarnações eu fui um gladiador);

4. Em Fortaleza com os meus pais e os meus irmãos (lógico que com a amada a tira-colo).



ESPERO QUE ESTE ANO EU POSSA...


1. Ter mais liberdade;

2. Ter mais paz de espírito;

3. Amar e ser amado;

4. Participar de uma obra social, de forma efetiva e significativa.



Pra finalizar a brincadeira, indico 4 blogueiras:

1. Blog "Única e Exclusiva";

2. Line (Blog "MEIAS PALAVRAS");

3. Luciana Lopez ("Blog † Sagrada ♥ Profana Ψ");

4. Partícia (Blog "BOCA RARA").


PS: Agradeço a oportunidade de ter sido lembrado e de ter participado desta brincadeira.

(Kilson N. da Silva)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sonhos

Nesta semana me perguntaram quais eram os meus sonhos para o futuro. É difícil relatar todos, mas destaquei aqui alguns deles.

Sonho com um dia em que a minha plena liberdade de ir e vir seja respeitada.

Sonho com um dia em que a verdade irá circular pelos lábios das pessoas com mais rapidez e facilidade do que as mentiras e as calúnias. Onde as falácias não terão oportunidade de se propagarem.

Sonho com um mundo onde as crianças não precisarão mais morrer de fome, nem nas portas de hospitais. E que elas possam ter um ensino digno, eficiente e eficaz, proporcionando oportunidades iguais para todas elas indiferente de sexo, etnia, credo e posição social.

Sonho com um dia em que não haverá necessidade de sequer ser consultado um Estatuto da Criança e do adolescente, porque todas as pessoas saberão respeitar os direitos dos menores, tratá-las com respeito, dignidade, amor e compreensão.

Sonho com um dia em que os nossos idosos não sejam tratados como "lixo humano" e que sejam aproveitados como fontes de conhecimentos e experiências, sendo assim muito mais valorizados e melhorando auto-estima deles.

Sonho em um dia ver uma imprensa livre, mas que seja responsável por aquilo que publica, sem ficar preocupada apenas em ganhar ibope e dinheiro, mas em bem informar os seus leitores.

Sonho com um Brasil que se ame mais e que a nossa auto-estima nacional seja elevada, ao ponto de enaltecermos o que temos de bom e de bonito na nossa Pátria.

Sonho em poder terminar a minha faculdade de matemática e poder contribuir com desmistificação do ensino desta disciplina, mostrando que ela é útil em todas as áreas da nossa vida e não um "bicho papão" que é privilégio de poucas pessoas inteligentes.

Sonho em construir uma nova família, onde eu possa corrigir os meus erros do passado e onde possam habitar a paz, a harmonia e o amor.

Sonho em poder continuar errando sem culpa, afinal o ser humano é passível de erros.

Sonhos em poder, a cada dia, melhorar um pouco mais como ser humano e na medida do possível ajudar outras pessoas a crescerem comigo.

Sonho em poder ver as minhas filhas crescerem com saúde física, mental e com um bom nível intelectual e cultural.

Sonho em ver as minhas filhas casadas com homens de bem, que as ajude na missão de serem felizes, proporcionando netos lindos para que eu possa ficar bajulando e contando os meus "causos".

Sonho em poder viajar com tranqüilidade e segurança pelo Brasil e pelo mundo com a pessoa amada, compartilhando bons momentos de alegria, conhecimento e prazer.

Sonho com fins de semana simples, deitado numa cama, com a minha família assistindo filme, comendo pipoca e dando maravilhosas gargalhadas.

Sonho com as diversas religiões se preocupando mais em pregar sobre o amor ao próximo e não discutindo sobre essa ou aquela doutrina.

Sonho com um dia, em que os chefes, em todos os níveis sejam menos covardes e mais compreensivos com os seus auxiliares e subordinados, sem medo de que isso venha a ferir a sua autoridade.

Sonho com um dia em que não haverá mais necessidade de existir uma "bolsa família", porque as pessoas terão como custear o seu sustento com o suor do seu trabalho, com toda dignidade que merecem.

Já que tudo é mesmo um sonho, porque não sonhar com um dia em que a maioria esmagadora dos nossos políticos seja honesta e trabalhe em prol do crescimento do nosso País? Porque não sonhar que as pessoas que elegem esses políticos o façam com total isenção e consciência, ajudando nesse processo?

Por fim, sonho que os meus sonhos não fiquem somente como sonhos, mas que um dia possam ser realizados.

(Kilson N. da Silva)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das Crianças

Dia das crianças! Fico lembrando dos meus tempos de crianças, que no dia anterior ia dormir sonhando com o presente que os meus pais, com sacrifícios haviam comprado e logo ao amanhecer iam às nossas camas nos entregar, a mim e aos meus irmãos.

Não eram presentes caros, mas que para cada um de nós tinha um valor imensurável, pois sabíamos que eram dados com carinho e que procuravam atender as nossas ansiedades e necessidades pueris.

Fico imaginando as diversas festinhas para as crianças que estão acontecendo hoje na nossa cidade. Embora os brinquedos tenham evoluído tecnologicamente, mas as bicicletas, bolas de futebol e as bonecas ainda agradam a maioria dos pequenos.

Lembro-me de num desses dias, há algum tempo atrás está sorrindo com as minhas filhas, enquanto as ensinava a andar de bicicleta. Impossível não recordar o brilho nos olhinhos delas, primeiro de surpresa pelo tão sonhado presente, depois por poderem dar as primeiras pedalas.

É claro que elas caiam, mas estava eu com elas, ajudando a se levantarem, dando palavras de incentivos do tipo: "filha você é capaz! Você consegue! Não tenha medo de cair! O papai vai estar aqui com você!"

Elas iam ganhando cada vez mais confiança e iam aprendendo rápido, o que era motivo de muito orgulho para aquele pai bobo e coruja.

Elas aprenderam, mas hoje eu não estou mais com elas. Fico pensando em quantas quedas as minhas pequenas ainda terão e eu não estarei por perto para lhes estender a mão amiga e dar-lhes forças como outrora.

Hoje não poderei estar com elas. No máximo o que terei serão algumas poucas horas ao lado delas, mas no final do dia não poderei deitar com elas na cama e assistir aquele filme infantil "inédito" que vimos apenas umas mil e quinhentas vezes, comendo pipoca com brigadeiro e refrigerante. Não poderei beijá-las antes de irem dormir, depois de juntos fazermos as nossas orações.

E como me emocionava sempre ouvir as orações simples e eficazes da minha Renatinha. Como não lembrar do beijo "suave" da Silvaninha, que quase arrancava a minha bochecha? Como não lembrar os abraços de quebrar costelas da Renatinha, seguido de um "eu te amo papai!" e ainda prosseguia: "sonhe com os anjinhos!".

Sim filhas eu sonhava com os anjinhos: anjinho Silvana e anjinho Renata.

Hoje o meu dia será vazio sem vocês ao meu lado, mas saibam que estarei ligado a vocês em pensamento e no coração.

Agradeço ao Pai Celestial pelo melhor e maior presente que já ganhei nesta vida: vocês, as minhas filhas amadas.

Perdoem-me, filhas, pela minha ausência com vocês. Perdoem-me pelas broncas que eu dava no intuito único de educá-las. Um dia eu sei que vocês me agradecerão até pelas vezes em que eu ficava por horas explicando o que era uma raiz, um prefixo e um sufixo de uma palavra, para que vocês entendessem como eram formadas as palavras, ou mesmo a origem dessa ou daquela palavra.

Obrigado filhas, por serem tão bem educadas, amáveis e bondosas não só comigo, mas com todos que as cercam. Obrigado pelo amor que vocês sempre me deram de forma tão espontânea.

Beijos do Papy, que tanto ama vocês e um Feliz Dia das Crianças!!!

(Kilson N. da Silva)