sábado, 4 de setembro de 2010

Rob, no século 21

Rob era um cara engraçado. Engraçado é somente um eufemismo, para não dizer que ele era, na verdade, um grande bobalhão. Por mais que ele tentasse ser engraçado, era um verdadeiro bobo da corte.

Ele era do tipo de cara, tão idiota, que acreditava que um homem e uma mulher poderiam ser amigos. Ele acreditava tanto nessa baboseira, que até tinha algumas amigas, que ele nunca tentava levá-las pra cama. Ele nem sequer pensava em fazer isso. Tem coisa mais idiota que isso?

Quando ia ver filmes, Rob, invariavelmente, acabava chorando. Ele conseguia chora até com desenhos animados. Que mulher iria se interessar por um homem assim? Que mulher gosta de um paspalho que chora vendo filmes? Todo mundo sabe que mulheres gostam de homens fortes. E convenhamos que um tipo "bebê chorão" não é o estereótipo de homem forte.

Nos relacionamentos, ele acreditava que deveria existir fidelidade e lealdade. No mínimo lealdade. Mas quem no nosso século consegue isso? Só um idiota como esse para acreditar que isso é possível.

Quando teve suas filhas, pra variar e só pra variar, ele chorou de felicidade ao saber que sua esposa estava grávida e depois de emoção no nascimento delas. Rob fazia de tudo para estar com sua família e com suas filhas. Coisas bobas, como levar e buscar na escola; levar para passear nos fins de semanas; ir a shopping center; ler história pra elas dormirem; ficar cantando, quando elas estavam se ardendo em febre, para que se sentissem melhores; brincar na grama da sua casa ou até mesmo ensiná-las a dirigir.

Mas com o tempo todos se encheram das idiotices desse homem e veio o divórcio. Claro que foi melhor para todo mundo. A esposa acabou se vendo livre de um idiota e as filhas ganharam novos outros pais mais interessantes e menos imbecis.

O paspalhão, mesmo depois de sozinho, ainda tentava ficar perto das filhas, lhes dar carinho, vê-las com freqüência. Mas que filhos de pais separados gostam disso? Ainda mais se tratando de Rob. Quanta ingenuidade!

Com os amigos não acontecia diferente. Ele gostava de ser do tipo“gente boa”, mas como diz um velho ditado: "todo bonzinho morre coitadinho!" ;e um outro: "chapéu de otário é marreta!". Então, as pessoas só levavam o tempo em enganá-lo e se aproveitarem dele. Ainda ficavam rindo e se perguntando: "como alguém pode ser tão bobo, assim?"

Rob, meu velho, acorda! Você está em pleno século 21!

5 comentários:

  1. Eu Acho o Rob, um Homem interessante, bom seria se ainda existissem Robs, pelo mundo, acho que teriamos mais amor, compaixão, não teriamos tanats desgraças no mundo, Temos que ser como o Rob, levando a paz, a diverção e a tranquilidade por onde passar, pregando assim o amor que Deus nos concedeu para com o proximo. Marcela Carolina

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  2. Achei o texto triste...focando uma lado muito amargo da vida!!!Seria ingenuidade acreditar que não existe pessoas que não sabem apreciar a bondade e que por conseguinte ressignificam para si bondade como ''burrice''....Por outro lado, penso que se passarmos a pensar que com a evolução dos tempos modernos, todas as pessoas foram também perdendo princípios fundamentais como complicidade, lealdade, reconhecimento, respeito...entre tantos outros...nós perderemos a nossa essência....pouco interessa o que pensam de nós...o que interessa é o que e quem realmente somos....e o que nos faz feliz..

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  3. O problema não é o ROB, são as pessoas que ele conviveu.

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  4. Eu não gosto de rótulos e regras. Espero que o Rob encontre sua felicidade como ele é, e não como os outros querem que ele seja. Simples assim. Boa sorte pra ele!

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  5. Discordo de tudo o que vc escreveu.Assim como a amiga Labelle, não gosto de rótulos e regras pré- determinadas.
    ** quanto a esse parágrafo, merece um comentário à parte:"Que mulher iria se interessar por um homem assim? Que mulher gosta de um paspalho que chora vendo filmes?"
    Vou te responder na lata: não só me interessaria como estou apaixonada por um homem assim! Gosto de quem tem sentimentos e sabe demonstrar isso... gosto de quem é sensível, de quem se emociona, de quem não é uma muralha intransponivel.( chorar em filme é muito comum e muito diferente de chorar para se fazer de coitadinho ou para fazer chantagem emocional-o que detesto!).Chorar não é sinonimo de fraqueza( tem um texto no meu blog em que falo disso, de julho do ano passado, procure lá e leia)
    Poderia comentar cada parágrafo do seu texto, mas daria um post inteiro, então só pus esse comentário aqui pra vc ler e refletir...
    abraços e bom feriado

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