quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mãe Guerreira

Madre querida, tu estás envelhecendo e eu continuo aqui preso na minha intolerância, acorrentado na minha enorme ignorância.

O tempo está te roubando as lembranças e em breve não te lembrarás de mim. Ainda bem! Assim não te lembrarás das vezes, que insolente, não te obedeci; não te lembrarás das vezes que te fiz chorar; nem tão pouco te lembrarás das vezes que te fiz ficar acordada, seja cuidando desse teu filho ou mesmo, quando me esperavas chegar tarde da noite.

Lembra-te porém, enquanto te és permitido do quanto te amo e do quanto tu és importante para a minha vida passada, presente e futura. Lembra-te de quando menino, eu gostava de acariciar teus negros e longos cabelos; lembra-te das gargalhadas que dávamos cada vez que eu aprontava alguma peripécia contigo.

Com certeza, eu nunca me esquecerei de ti. Nunca me esquecerei de quando eu chegava cansado da escola e caia na cama, e tu, com esse jeito doce e carinhoso materno, trocavas a minha roupa e me alimentava como se eu fosse um bebê. Nunca me esquecerei de quando estou triste e tu se chega como quem não quer nada e sem dizer uma só palavra consegue me transmitir uma paz indescritível.

Não querida, isso não é uma despedida, até porque eu sei o quanto tu és uma guerreira forte. Sei que ainda estarás conosco por muito tempo. Isso é apenas um lamento por não poder estar contigo, neste momento, curtindo cada momento ao teu ladinho, pedindo o teu colo.

Madre querida, tu não pegas "medida rasa" porque não tem medida que te caibas. Tu és enorme, gigante como a tua fortaleza, que nos transmitiu em todos os momentos.

Eu só queria deixar aqui o meu muito obrigado, por tudo que tu representas para mim.

Beijos afetuosos. Feliz 2011! Muita saúde e paz!

(Kilson N. da Silva)