Carrego seu coração comigo
Eu carrego no meu coração
Nunca estou sem ele
Onde quer que vá, você vai comigo
E o que quer que faça
Eu faço por você
Não temo meu destino
Você é meu destino meu doce
Eu não quero o mundo por mais belo que seja
Você é meu mundo, minha verdade.
Eis o grande segredo que ninguém sabe.
Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto e o céu do céu
De uma árvore chamada VIDA
Que cresce mais que a alma pode esperar ou a mente pode esconder
E esse é o pródigo que mantém as estrelas á distância
Eu carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração.
* Extraído do Poema de E.E. Cummings *
crédito ao autor original (" HISTÓRIAS REAIS DE MINHA VIDA ")
Cida Janes
Temos a humilde pretensão de observar fatos corriqueiros a partir de um ponto externo e com um mínimo de preconceitos. Além de aproveitar a leitura do mundo, por meio de outros observadores.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Como Você Ver o Atrito?
É muito comum a gente dizer que está fugindo de atritos. "não quero sofrer, nem fazer ninguém sofrer."; "Não quero me magoar, nem quero magoar ninguém.". Estas são apenas algumas das muitas frases que costumamos proferir no dia-a-dia.
"Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; mudamos nos encontros". É uma frase simples, mas completa. E para haver encontro, tem que haver atrito. Não há como ter encontro sem atritos. É, justamente, nos relacionamentos que nos transformamos.
Atrito aqui não são apenas coisas ruins, mas toda e qualquer forma de contato com o nosso próximo, seja ele um conhecido ou um completo estranho. Aprendemos que no atrito há troca de energia e até liberação de calor.
Mas para que essa transformação ocorra é necessário que estejamos com o coração aberto e com a mente livre para que possamos ser contagiados com as idéias e sentimentos dos outros. Conseguir se colocar no lugar do outro e entender o porquê dele agir dessa ou daquela forma, que muitas vezes julgamos diferente, também ajuda muito.
Assim como há diferenças entre as pedras da nascente e da foz de um rio, nos também temos diferenças na medida em que somos mais ou menos atritados.
Na nascente as pedras são mais toscas, cheias de arestas e pontiagudas, mas à medida que vão rolando rio abaixo e atritando umas com as outras e com as águas do rio, elas vão ficando mais polidas, as arestas vão sumindo paulatinamente e as suas pontas, ainda que existam, não machucam mais como outrora.
Quando somos ofendidos ou mesmo quando ofendemos alguém, acontece o mesmo processo de lapidação. Quando damos carinho, amor e atenção, não só damos, mas também recebemos. Essa é a lei da ação e reação. Num atrito não há como apenas uma parte ser desgastada. O impacto vai servir para as duas partes atritadas.
Tente passar uma lixa na parede. O que acontece? Só a parede se desgasta? Só a lixa se desgasta? Não! Ambas sofrem transformações e ficam menos ásperas.
Qual o tamanho de um diamante bruto? Grande, né? E qual o valor dele? Bem menor que depois de lapidado e polido. Depois de ser atritado, ele se torna menor, mas com um valor bem maior.
Daí tiramos outra lição! Mesmo que a gente se sinta menor, depois de polido, o nosso valor será muito maior. Muitas vezes temos que ser, inclusive, pequenos para que sejamos grandes.
O grande Mestre das emoções, Jesus Cristo, num dos seus sermões (que foram poucos), nos aconselha para que sejamos como as criancinhas, ou seja, que procuremos sempre ser pequenos.
Isso não tem nada a ver com se humilhar, em se depreciar, em ter baixa auto-estima, mas ser pequeno para ser grande.
Noutra passagem Ele diz para que não procuremos os primeiros acentos, para que não nos mande para traz, mas que possamos procurar os últimos acentos e o mestre da cerimônia nos exalte e nos chame para frente.
Não existe sentimento bom ou ruim sem a existência do outro. Seria fácil se a gente se isolasse numa ilha deserta e não tivesse contato com ninguém, mas nesse caso, não haveria crescimento mental, moral, nem espiritual. É esse contato que nos faz seres humanos. E precisamos a cada dia nos humanizarmos cada vez mais.
Humanizar não significa que sejamos "bonzinhos". É lógico que ainda vamos nos irritar e irritar os outros; vamos agredir e seremos agredidos; vamos esbravejar muito e vamos receber algumas ofensas.
Humanizar significa que tiraremos proveito de tudo isso. Vamos tirar aprendizado. Vamos crescer e nos tornarmos cada vez menores perante o outro. Vamos buscar sempre servir, antes de sermos servidos.
Como diz na famosa oração de São Francisco: "é dando que se recebe..."
Como teria sido possível a Maiêutica Socrática, se não fosse o atrito que ele conduzia com os seus discípulos, por meio da reflexão, levando-os a descoberta do próprio conhecimento? Ou como teríamos aprendido com o discurso do Apóstolo Paulo no Sinédrio, na sua defesa? Ou ainda, como poderíamos ter aprendido com as diversas vezes que Jesus foi questionado e até ofendido pelos letrados e poderosos da época?
Por isso, meus amigos, não vamos temer os atritos que a vida nos proporciona. Vamos buscar cada vez mais contato com outras pessoas. É nesse contato diário, que acontecem as trocas de experiências (sejam elas boas ou más).
E por falar em atrito...Tem atrito melhor que um abraço fraterno? Quanta troca há num simples e caloroso abraço?
Nós vamos continuar brigando e discutindo, mas vamos aproveitar pra abraçar e beijar muito, todos os nossos semelhantes.
(Kilson N. da Silva)
sábado, 13 de novembro de 2010
Selo Prêmio Dardos
Eu só queria dizer que hoje acordei e tive uma feliz, agradável e maravilhosa surpresa.
Ao ver o comentário da nossa amiga Ingrig do Blog "EU SÓ QUERIA DIZER..." (http://eusoqueriadizer.wordpress.com/), me avisando que tinha um presente para mim no seu Blog. E como bom curioso, que sou, fui verificar, de imediato, do que se tratava.
Era "simplesmente" um Selo do Prêmio Dardos.
Nossa!!! Eu parei sem acreditar! Estava ganhando o meu primeiro selinho. Será que aquilo era mesmo verdade?
A Ingrid ainda explicou do que se tratava este selo: "Trata-se do Prêmio Dardos. É o reconhecimento aos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras."
Esses selos foram criados a fim de promover a confraternização entre os diversos blogueiros, além de ser uma forma demonstração o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.
O Prêmio Dardos tem as seguintes regras:
- Exibir a imagem do Selo no blog;
- Revelar o link do blog que me atribuiu o Prêmio;
- Escolher blogueiros para premiar; e
- Avisar os escolhidos.
Eu que sou novo no meio blogueiro, sempre ficava olhando aqueles selos em outros blogs e imaginando se um dia eu também receberia algum, já que o meu Blog é muito simples e modesto, além de ter poucos, mas fiéis e leais seguidores e leitores (que tenho um enorme respeito e carinho).
Uma coisa importante entre os blogueiros é essa possibilidade de podermos fazer amizades com pessoas incríveis que gostam de pensar e de expressar, cada um ao seu modo, como sentem e pensam.
Querida Ingrid, receba o meu forte abraço, como forma de agradecimento por essa demonstração de carinho, com este presente tão valioso para mim, afinal, o primeiro selo a gente nunca esquece.
Agora vou divulgar os meus escolhidos e que tenho uma enorme admiração:
- Marcus Vinícius do Bog "Contra a Correnteza";
- Patrícia G. Bittencourt do Blog "BOCA RARA";
- Luciana Lopez do Blog "† Sagrada ♥ Profana Ψ";
- Labelle do Blog "Mulher de 30 Anos [e mais alguns]"
- Sérgio Filho do Blog "Peregrinação Metamorfósica";
- Beth Blue do Blog "Noites em Claro";
- Line do Blog "Meias Palavras";
- Débora, Parícia e Isabela do Blog "3xtrinta – Solteira, casada e divorciada"; e
- Lilly do Blog "Realizando Sonhos"
(Kilson N. Silva)
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Calem a boca, Nordestinos!
As eleições de 2010 trouxeram à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…
Ah! Nordestinos…
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura. E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros à força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país. Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de "cachorras". Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para "um dia de princesa" (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte!"
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!
(Por José Barbosa Junior)
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Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "Revista
Biografia" do poeta Brasileiro Daufen Bach. Esta revista busca divulgar autores, poetas, escritores e artistas em geral, todos contemporâneos, de diversas nacionalidades.
domingo, 7 de novembro de 2010
Coração e Alma
Se a minha alma chora?
Não! A minha alma é forte!
A minha alma é guerreira!
Mas a minha alma sangra.
Ela clama por justiça.
Ela implora por liberdade.
Se a minha alma chora?
Sim! A dor é forte!
Mas ela chora de felicidade,
Porque sabe o quão é resistente.
Ela clama por paz,
Mas nunca desiste da guerra.
Se a minha alma chora?
Ela tenta esconder as lágrimas,
Que teimam em rolar num
Enxarcado coração ferido.
Mas cada gota é como um colírio
Que limpa a visão do amor.
A luta continua.
Muitas almas choram...
A minha também pranteia,
Mas ela se enche de júbilo,
Por saber que você existe.
E se regogiza,
No bálsamo do seu sublime amor.
(Kilson N. da Silva)
Não! A minha alma é forte!
A minha alma é guerreira!
Mas a minha alma sangra.
Ela clama por justiça.
Ela implora por liberdade.
Se a minha alma chora?
Sim! A dor é forte!
Mas ela chora de felicidade,
Porque sabe o quão é resistente.
Ela clama por paz,
Mas nunca desiste da guerra.
Se a minha alma chora?
Ela tenta esconder as lágrimas,
Que teimam em rolar num
Enxarcado coração ferido.
Mas cada gota é como um colírio
Que limpa a visão do amor.
A luta continua.
Muitas almas choram...
A minha também pranteia,
Mas ela se enche de júbilo,
Por saber que você existe.
E se regogiza,
No bálsamo do seu sublime amor.
(Kilson N. da Silva)
sábado, 6 de novembro de 2010
O Valor de um Abraço
Vendo uma reportagem no Globo Repórter de hoje me despertei para o valor de um abraço.
Essa reportagem da Globo me fez lembrar de uma outra que vi há muito tempo que falava que os americanos estavam pagando pra irem em uma espécie de consultório, em que as pessoas pagavam um determinado valor, para simplesmente, se abraçarem, sem nenhuma conotação sexual ou de "pegação".
Eu vejo isso como uma carência do nosso século. As pessoas, de um modo geral estão tendo dificuldades de trocar afetos e até um simples abraço, sem "terceiras" intenções.
Outro dia, uma amiga se queixou de que se vai para uma festa e se aceitar dançar com um rapaz, ele já tenta lhe beijar, como se isso fizesse parte de um ritual – dançou, tem que beijar.
Existem tantas formas de se abraçar uma pessoa. A gente pode abraçar um amigo ou uma amiga; pais e filhos podem se abraçar; namorados e até maridos e mulheres podem trocar abraços, simplesmente para trocarem calor, energia e um pouco de sentimento.E o que dizer daquele abraço recebido de nossos avós?
E como um abraço pode nos fazer bem, inclusive para a saúde fica e mental. Será que as pessoas não percebem isso?
Na reportagem de hoje, no Globo Repórter, me surpreendi com uma mulher que criou uma máquina do abraço. Nesta engenhoca, a mulher puxava duas cordinhas, que faziam com que duas tábuas, acolchoadas se fechassem, simbolizando um abraço e ali ela ficava por cerca de 20 minutos. Será que não seria mais fácil ela procurar outras pessoas para trocar abraços calorosos?
Eu sou suspeito para falar de abraço, já que adoro abraçar as minhas amigas e os meus amigos, além de dizer o quanto gosto deles e o quanto eles são importantes para a minha vida. As vezes abraço até uma senhora desconhecida que talvez eu nunca mais vá ter outro contato com ela, pois sei que isso vai fazer muito bem a ela e muito mais bem para mim mesmo.
Tudo bem...podem me chamar de pegajoso! Eu não me importo!
Destaco aqui o abraço da minha filha caçula, Renata, que costumo dizer que é o abraço mais gostoso do mundo. Ela dá um abraço forte (tipo quebra costelas), que nos passa uma felicidade indescritível.
Tem coisa mais gostosa que um abraço? No abraço os corpos se fundem num só, como se fôssemos uma única pessoas.
O abraço pode ser simplesmente silencioso, ode por se só transmite-nos uma mensagem singular e inesquecível.
Mesmo quando o abraço é tido como um "abraço de tamanduá" (aquele abraço falso), ainda assim eu considero extremamente válido, pois pode ser transformado, aos poucos, num abraço verdadeiri, cheio de afeto, sinceridade e amor.
Mesmo no meu ambiente de trabalho, em que ainda existem alguns tabus, pois a maioria é de homens, eu não me furto em abraçar os meus subordinados ou até mesmo superiores (quando me permitem), para expressar a minha solidariedade, em momentos em que sinto que eles estão passando por um momento difícil. E não me arrependo de agir assim. Em nada isso tem afetado a minha sexualidade (hetero), que é bem resolvida.
Existem diversas oportunidades em que podemos dar um abraço: nos momentos felizes; nos momentos tristes e entre lágrimas; em momentos de extremo amor e até mesmo quando não tem nenhum motivo aparente.
Lembro-me de uma passagem em que estávamos passando por um "chek point" de guerrilheiros da UNITA, em território angolano, em 1995 (quando estávamos em missão de paz), em que houve certo atrito entre soldados guerrilheiros e soldados que estavam sobre o meu comando. Naquele fatídico momento a situação ficou tensa e quase o soldado angola disparou um fuzil, na direção de um dos militares. Ao perceber a situação, eu fui até aquele militar exaltado e lhe dei um abraço, dizendo-lhe que na realidade nós éramos todos irmãos e que não havia motivos para desagravo.
De imediato, ele abriu um largo sorriso e retribuiu o meu abraço e saímos conversando, deixando sem sentido toda aquela animosidade desnecessária. Foi um alívio geral para toda a nossa tropa ali presente.
Por todos esses motivos, eu convido e porque não dizer, intimo, a todos a se predisporem a abraçar pelo menos uma pessoa todos os dias e tentar melhorar a saúde física, emocional, mental e psicológica de todos nós que estaremos engajados nesse processo.
Se possível, relate alguma experiência sua, em que um simples e singelo abraço foi fundamental para resolver ou pelo menos aliviar uma situação tensa e a demonstração de amor ao próximo, partindo de você ou de outra pessoa.
(Kilson N. Silva)
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