Noite caindo, sala
vazia.
Naquela casa que
outrora alegria
Apenas um séquito
raio de luz irradia,
Nas janelas de vidros
frias.
Silêncio.
Escuridão, solidão;
somente um grito
Triste de uma coruja a
proteger a sua cria.
Sala vazia, portas
cerradas.
Amores perdidos,
Amores roubados,
Amores enganados,
Novos amores!
Novos amores?
Não! Apenas ilusões
criadas
Trazidas pelas sombras
do passado.
As portas se abrem
Uma luz parece querer
entrar
Mas tímida que é
Problemática que é
Sussurra umas palavras
incompreensíveis
Sem sentido, sem fé,
Àqueles velhos ouvidos
Acostumados às
lamúrias vencidas.
Velhas lamúrias,
Velhos amores,
Velhas esperanças,
Velhas e velhos nas
calçadas.
O que importa?
Não há mais móveis
Ficou o imóvel a se
questionar:
Pra onde foram todos?
Onde foram morar?
A lua se esconde
Não quer participar.
Onde não existe amor
Eu não vou iluminar.
Mais escuridão! Mais
dor!
Somente paira a
negritude da noite.
O silêncio aumenta!
Frio. Vento frio! Chão
frio! Pés descalços.
A roupa não aquece.
A mente não se
esquece.
O coração padece.
O arrepio solitário
sobe nas pernas,
Costas, pescoço,
pulmões.
Rostos novos, fotos
amareladas,
Discos arranhados,
tênis surrados.
Chão empoeirado,
Capacho jogado
O que sobrou além da
dor?
Novos amores!
Novos amores?
Apenas uma sala escura
e vazia
Invadida pelo silêncio
da solidão.
Portas cerradas...
Olhos fechados...
As lágrimas vêm de
dentro rolando
Feito um tsunami
Que vem arrastando
todas as entranhas
Que engancham na
garganta
Deixando com falta de
ar.
A chave foi perdida e a
A chavinha roubada.
Ninguém entra e
ninguém sai.
Apenas uma sala escura
e vazia,
Cheia de tristeza,
rancor e dor.
(Kilson N. Silva)
(Kilson N. Silva)